sexta-feira, novembro 30, 2018

Desapego

Vemos com grande frequência relações se desfazerem, e atribui-se a essa liquidez o desapego, mas será que é tão fácil viver assim? Não ter relações profundas, somente conversas rasas, sexo casual e companhia pra beber?!
Qual é o medo de ter apego, de mergulhar em teorias, conversas e desenrolar a vida numa tarde ou madrugada, conhecer os medos, os sonhos, as lutas e as conquistas, além de aprender com os erros e fracassos.

A velocidade e a tecnologia nem sempre trabalham a favor das pessoas, isso é contado muitas vezes em histórias de ficção, porém sabemos que a vida imita a arte ou vice-versa... então a tecnologia pode sim ocupar o lugar do ser humano e até tomar o lugar dele, isso pode ser claramente exemplificado na engenharia social e nas novas pesquisas do google.

Mas eu acredito que nada substitui o contato, a conversa, os olhares, o som da risada... amores líquidos, relações sem compromissos, pessoas vazias, sem perspectiva, sem sonhos... Adultos que não sabem lidar com seus fracassos, que não mergulham dentro de si e se julgam o centro do mundo.

Somos tão grandes e tão pequenos ao mesmo tempo, vivemos em um sistema solar que pode ser 1 em infinitos multiversos e realidades paralelas e nos julgamos detentores da verdade, e nem ao menos sabemos lidar com nossa psique e os próprios medos, não sabemos refletir, temos medo de compromisso, de se apegar e sofrer o luto de um término.

Mesmo nesse nosso planeta, existe tantos problemas maiores que os nossos, tantas pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza, que não tem o básico para sobreviver e muitos de nós preocupados com o que vão comprar no natal, quando vão trocar de carro e coisas tão dispensáveis que deveríamos nos envergonhar de nossa futilidade e superficialidade.